Elisabeth D’Espérance No País das Sombras Título do original em inglês
Elisabeth D’Espérance - Au pays de I' Ombre
Londres (1897)
 Elisabeth D’Espérance █
Conteúdo resumido Elisabeth d’Espérance é uma das importantes personalidades do movimento espírita europeu, na segunda metade do século XIX. Poderosa médium de efeitos físicos, os fenômenos obtidos com a sua mediunidade foram demonstrados em vários países da Europa, tendo sido observados e comprovados através de rigorosos métodos científicos por importantes cientistas pesquisadores dos fenômenos psíquicos, como Alexander Aksakof e Frederich Zöllner, entre outros.
Esta obra é uma autobiografia, na qual Mme. d’Espérance narra a evolução da sua atividade mediúnica ao longo de sua vida, os altos e baixos de sua capacidade mediúnica, as grandes dificuldades enfrentadas no exercício da atividade mediúnica.
Observa-se ao longo da obra que toda a vida dessa grande médium foi dedicada à missão de demonstrar aos encarnados a existência do mundo espiritual e, por conseqüência, a imortalidade do ser espiritual. A Humnur Stafford cuja mão diretora – ainda que invisível – e cujos sábios conselhos foram a minha força e o meu consolo nesta viagem da vida; a esses caros amigos do Grande Além e aos que, a meu lado na Terra, foram meus fiéis auxiliares, meus companheiros de trabalho e meus camaradas de jornada no grande trajeto da sombra para a luz, dedico este livro com o coração cheio de gratidão e afeto.
A Autora * * * Nossos entes amados que daqui se alaram, por sua perfeição, p’ra as mais altas esferas, nos trazem ao coração e aos olhos que os choraram palavras de consolo, isentas de quimeras.
Dão-nos santos conselhos em voz misteriosa (leve rumor de vida do mundo da morte); guarde embora seu corpo a tumba silenciosa, sua alma nos aponta à vida o feliz norte.
Aos ouvidos nos soa a sua voz, qual canto de alegre toutinegra que morreu a cantar; e quando a Noite estende sobre nós seu manto, deixa imagem na Terra e vai no céu brilhar.
Longfellow
Sumário
Prefácio 4
Introdução 6
I A velha casa e seus habitantes 12
II As minhas inquietações começam 19
III Irei enlouquecer? 28
IV Férias deliciosas – Um navio fantasma 31
V A tentativa misteriosa 41
VI A ledora da buena-dicha 50
VII Ainda os fantasmas – Ruídos na mesa 56
VIII A mesa trai os segredos 62
IX A matéria atravessa a matéria 68
X Primeiras experiências de clarividência 75
XI Os visitantes do outro mundo 82
XII A ciência e os retratos dos Espíritos 94
XIII Um lampejo da verdade 108
XIV Os sábios tornam-se espíritas 112
XV Conversões e mais conversões 120
XVI Novas manifestações 128
XVII Espíritos materializados 136
XVIII Iolanda 144
XIX A “Ixora Crocata” 150
XX Numerosas visitas de Espíritos 159
XXI Uma experiência amarga 169
XXII O recomeço 173
XXIII O lírio dourado – Última produção de Iolanda 183
XXIV Serei Ana ou Ana será eu? 190
XXV Das trevas à luz 198
XXVI Desvenda-se o mistério 208
XXVII Fotografias espíritas 218
XXVIII Os investigadores que conheci 230
Prefácio Este livro foi escrito em diferentes intervalos, durante muitos anos. Era minha intenção confiar a alguém o manuscrito para ser publicado depois da minha morte. Mas, hoje, estando terminada a minha tarefa de médium, cheguei à conclusão de que não me assistia o direito de lançar sobre alheios ombros o fardo das responsabilidades a que eu pretendia eximir-me, e decidi que era melhor eu mesma defender as verdades que tentei proclamar, do que legar a outros esse trabalho. 1
Um motivo ainda mais importante me impelia a isso: é o número crescente dos suicídios; pois que não conheci ainda um só indivíduo que se desembaraçasse da vida, já não digo acreditando, mas conhecendo somente as verdades que fizeram parte da minha vida cotidiana desde a infância.
Há alguns meses, Stafford escreveu um artigo sobre o materialismo, que foi reproduzido em muitos jornais alemães, e, algumas semanas mais tarde, eu recebia uma carta do barão S..., dizendo que ele acabava de perder um processo, resultando daí a sua ruína. Vendo-se sem recursos, ele decidira, depois de pôr em ordem os seus negócios, despedir-se deste mundo, quando acidentalmente lhe foi ter às mãos o artigo de Stafford. Ele o leu, agradeceu-lhe e resolveu tentar de novo a experiência da vida.
Essa circunstância me induz a esperar que, fazendo conhecer as minhas experiências, alguns dos meus semelhantes terão ocasião de refletir e perguntar a si mesmos se realmente esta existência terrestre é o remate de tudo, ou se, rejeitando o precioso dom da vida, não praticam um erro, que num momento depois terão de lamentar pelo modo mais terrível.
E. d’Espérance
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